A gaguez é universal. Pode ser encontrada em qualquer parte do mundo, em todas as culturas, religiões e grupos socioeconómicos. Pode ser referida como gaguez ou disfluência. A gaguez pode assumir muitas formas diferentes e cada pessoa que gagueja apresenta características ligeiramente diferentes.

O que é a gaguez? 

A gaguez é um distúrbio de comunicação em que o fluxo da fala é interrompido por repetições (co-co-como isto), prolongamentos (ccccomo isto), ou paragens anormais (sem som) de sons e sílabas. Também pode haver movimentos faciais e corporais pouco usuais que estão associados ao esforço que é feito para falar.

O que causa a gaguez? 

Há quatro fatores que poderão contribuir para o desenvolvimento da gaguez: genética (aproximadamente 60% das pessoas que gaguejam tem um familiar que também gagueja); desenvolvimento infantil (crianças com outros problemas a nível da fala e da linguagem ou com atraso no desenvolvimento têm mais probabilidades de gaguejar); neurofisiologia (pesquisas recentes na neurologia mostram que as pessoas que gaguejam processam a fala e a linguagem de uma maneira ligeiramente diferente das que não gaguejam); e dinâmica familiar (expetativas altas e estilo de vida acelerado podem contribuir para o desenvolvimento da gaguez).

A gaguez pode ocorrer quando se combina uma série de fatores e pode ter causas diferentes em diferentes pessoas. É provável que o que causa a gaguez é diferente do que faz com que ela persista.

Quantas pessoas gaguejam? 

Mais de 68 milhões de pessoas em todo o mundo gaguejam, ou seja, cerca de 1% da população.

Qual é a porção de indivíduos do sexo masculino e feminino que gaguejam? 

A gaguez afeta quatro vezes mais indivíduos do sexo masculino do que feminino.

Quantas crianças gaguejam? 

Aproximadamente 5% de todas as crianças passa por um período de gaguez que dura seis ou mais meses. Três quartos dessas crianças recuperarão no final da infância, deixando cerca de 1% com um problema de longo prazo. O melhor meio de prevenção é a intervenção precoce.

A gaguez é causada por problemas emocionais ou psicológicos? 

As crianças e os adultos que gaguejam não estão mais propensos a ter problemas psicológicos e emocionais do que aqueles que não gaguejam. Não há motivos para acreditar que traumas emocionais causem a gaguez.

Acho que o meu filho está a começar a gaguejar. Devo esperar ou devo procurar ajuda? 

O melhor será procurar maneiras de você, os pais, poder ajudar o mais cedo possível. Se a gaguez persistir para além de três a seis meses ou é particularmente severa, você deverá procurar a ajuda de um terapeuta da fala que seja especializado em gaguez.

A gaguez pode ser tratada? 

Sim, há uma variedade de abordagens bem-sucedidas para o tratamento de crianças e adultos. Em geral, quanto mais cedo melhor.

Existe alguma pessoa famosa que gagueje? 

Emily Blunt, James Earl Jones, John Stossel, Bill Walton, Mel Tillis, Winston Churchill, Marilyn Monroe, Carly Simon, Annie Glenn, Nicholas Brendon, Ken Venturi, Bob Love, John Updike, King George VI – são todos pessoas famosas que gaguejavam e que foram bem-sucedidas.

Li que existe uma nova cura para a gaguez. É verdade? 

Não existem curas instantâneas para a gaguez. Terapia, aparelhos eletrónicos e até mesmo medicamentos não é algo que cure da noite para o dia. No entanto, um especialista em gaguez pode ajudar não só crianças, como também adolescentes, jovens adultos e até mesmo adultos mais velhos a fazer progressos significantes na melhoria da fluência.

Estes factos e informações sobre a gaguez são fornecidos pela “Stuttering Foundation of America”.

*Tradução livre do folheto F.A.Q. da SFA

http://www.stutteringhelp.org/Default.aspx?tabid=17

A gaguez pode parecer um problema simples que pode ser resolvido com alguns conselhos, mas para muitos adultos pode ser um eterno transtorno crônico. Tem aqui algumas maneiras de como você, ouvinte, pode ajudar.

Abster-se de fazer comentários como: “Devagar”, “Respire” ou “Relaxe”. Conselhos simplistas como estes não são úteis e podem ser tidos como humilhantes.

Deixe que a pessoa saiba pelo seu modo de estar e pelos seus atos que está a ouvir o que ela diz e não como diz.

Mantenha, com naturalidade, contacto visual e espere pacientemente que a pessoa termine o que está a dizer.

Pode sentir-se tentado a terminar frases ou a completar palavras. Tente não fazer isso.

Use um ritmo relativamente relaxado durante o seu discurso, mas não demasiado lento de modo a parecer que não é natural. Esta atitude promove a boa comunicação, independentemente da pessoa com quem está a falar.

Esteja ciente de que aqueles que gaguejam têm normalmente mais dificuldade em controlar o seu discurso quando estão ao telefone. Seja um pouco mais paciente nesta situação. Se atender o telefone e não ouvir nada, certifique-se que não é uma pessoa que gagueja a tentar iniciar uma conversa antes que você desligue.

Tradução livre do folheto “How To React When Speaking With Someone Who Stutters” da SFA

http://www.stutteringhelp.org/Default.aspx?tabid=74

Este é um equívoco popular. Na verdade, há exatamente os mesmos tipos de personalidade entre aqueles que gaguejam como em toda a população.

Vale a pena ter em conta, no entanto, que é evidente que quanto mais ansiosa está a pessoa, menos fluente esta poderá ser. Isto é especialmente verdade para muitas pessoas que gaguejam.

Infelizmente, a gaguez é muitas vezes retratada dessa maneira pelos meios de comunicação e pela literatura. Até nos livros do “Harry Potter” há várias referências a personagens que “gaguejam nervosamente”. E a primeira pergunta que os jornalistas nos fazem é muitas vezes: “A gaguez é causada pelo nervosismo?”

A gaguez pode afetar a confiança de uma pessoa em algumas situações de fala e, como resultado, a pessoa pode parecer mais reticente ou reservada. Isso provavelmente desenvolveu-se por causa das reações desnecessárias das outras pessoas em relação à gaguez, baseada em equívocos e na falta de compreensão.

Tradução livre.

Stammering Centre. Are people who stammer shy and nervous? Consultado a 1 de novembro de 2016. Disponível em: http://www.stammeringcentre.org/shy-and-nervous

Não!

Foi, muitas vezes, referido que as pessoas que gaguejam ou são muito inteligentes ou não são assim tão inteligentes. As pesquisas indica-nos que esta afirmação não é verdadeira. As pessoas que gaguejam mostram, geralmente, a mesma variedade de níveis de inteligência tal como o resto da população.

Tradução livre.

Stammering Centre. Does it have something to do with intelligence? Consultado a 4 de novembro de 2016.

Disponível em: http://www.stammeringcentre.org/something-to-do-with-intelligence

A gaguez afeta três a quatro vezes mais homens do que mulheres.

Aproximadamente 5% de todas as crianças passa por um período de gaguez que dura seis ou mais meses. Três quartos dessas crianças recuperarão no final da infância, deixando cerca de 1% das crianças com um problema a longo prazo.

Pesquisas na área da genética, neurofisiologia, desenvolvimento infantil e dinâmica familiar têm dado algumas luzes sobre as possíveis causas da gaguez. Como resultado, houve um grande progresso na prevenção da gaguez em crianças pequenas.

Estudos mostram que as pessoas que gaguejam são tão inteligentes como aquelas que não gaguejam.

As pessoas que gaguejam deixam, muitas vezes, que esta incapacidade determine a vocação que devem seguir.

Não há curas milagrosas para a gaguez.

A gaguez torna-se num problema ainda maior na adolescência.

James Earl Jones, John Stossel, Nicholas Brendon, Kenyon Martin, Annie Glenn, Bill Walton, Mel Tillis, Winston Churchill, Marilyn Monroe, Carly Simon, John Updike, Ken Venturi, Bob Love, King George VI – todas estas pessoas eram famosas e gaguejavam.

Tradução livre do folheto “Did You Know…” da SFA

http://www.stutteringhelp.org/Default.aspx?tabid=64

A gaguez pode parecer ser um problema simples que pode ser resolvido com alguns conselhos simples.

No entanto, para muitos adultos pode ser um transtorno crónico ao longo de toda a vida.

Aqui estão algumas maneiras de como você, ouvinte, pode ajudar.

1. Não faça comentários como: “mais devagar”, “respira”, ou “relaxa”. Conselhos tão simples como estes não são úteis e podem ser humilhantes para quem os ouve.

2. Demonstre à pessoa que está a ouvir o conteúdo da mensagem e não a maneira como está a ser transmitida.

3. Mantenha contacto visual e espere pacientemente que a pessoa termine o que está a dizer.

4. Pode sentir-se tentado a terminar as frases ou palavras. Tente não o fazer. Fale calmamente, mas não demasiado de modo a parecer que não é natural. Isto promove a boa comunicação.

5. Esteja ciente de que quem gagueja sente mais dificuldade em controlar a maneira como fala quando está ao telefone. Seja paciente nessa situação. Se atender o telefone e não ouvir nada, deverá ter a certeza, antes de desligar, de que não é uma pessoa que gagueja e que está a tentar iniciar uma conversa.

6. Fale num ritmo lento, mas não demasiado lento de modo a parecer que não é natural. Isto promove a boa comunicação.

Tradução livre do folheto “6 Tips for Speaking With Someone Who Stutters” da SFA.

http://www.stutteringhelp.org/6-tips-speaking-someone-who-stutters

Mito: As pessoas que gaguejam não são inteligentes.

Realidade: Não há qualquer ligação entre a gaguez e a inteligência.

Mito: O nervosismo provoca a gaguez.

Realidade: O nervosismo não provoca a gaguez. Nem devemos assumir que as pessoas que gaguejam têm tendência a ser nervosas, medrosas, ansiosas ou tímidas. As pessoas que gaguejam têm o mesmo leque de traços de personalidade que as que não gaguejam.

Mito: A gaguez pode ser contraída por imitação ou por ouvir outra pessoa a gaguejar.

Realidade: A gaguez não se contrai. Não se sabe ao certo quais são as causas exatas da gaguez, mas estudos recentes indicam que o historial familiar (a genética), o desenvolvimento neuromuscular e o meio em que a criança está inserida, incluindo a dinâmica familiar, têm o seu papel no despoletar da gaguez.

Mito: Ajuda dizer à pessoa para “respirar fundo antes de falar” ou para “pensar primeiro no que vai dizer”.

Realidade: Estes conselhos só tornam a pessoa mais insegura, tornando a gaguez mais severa. As atitudes mais úteis a ter são: ouvir pacientemente e falar calmamente.

Mito: O stress causa a gaguez.

Realidade: Tal como foi acima mencionado, estão envolvidos muitos fatores complexos. O stress não é a causa, mas pode com certeza agravar a gaguez.

Tradução livre do folheto “Five Myths About Stuttering” da SFA.

http://www.stutteringhelp.org/five-myths-about-stuttering

Esta era uma teoria convincente da década de 1920 nos Estados Unidos. Durou décadas e algumas crianças passaram por períodos em que uma das mãos lhes era amarrada atrás das costas numa tentativa de “desfazer o dano”. Eventualmente, a teoria foi devidamente testada e não houve nenhuma prova que a apoiasse. Muitas crianças foram obrigadas a usar a sua mão direita sem que houvesse um efeito de repercussão. Ser esquerdino não parece ser relevante.

Tradução livre.

Stammering Centre. Does it start when a left-handed child is forced to write with its right hand? Consultado a 4 de novembro de 2016. Disponível em: http://www.stammeringcentre.org/left-handed-child-writing-with-right-hand